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Mostrando postagens de maio, 2019

Atrações temporárias, agenciando vivências urbanas: Cuiabá 300 sombrinhas

Everton Nazareth Rossete Junior Aluno Especial do Programa de Doutorado  ECCO  (evertonjr@gmail.com ) A cidade tem sido regularmente palco de ações e de mudanças , de dinâmicas sociais na vida, no dia a dia. Contudo, desde a transição da modernidade à pós-modernidade e à espetacularização da vida pública, c om a sujeição do ser pelo ter , as funções da cidade res umiram-se a o trabalho massacrante, a o morar indigno e a do deslocar-se eterno (TEIXEIRA COELHO, 2001), reforçando a falta de campos para conflitos, excluídos ou sufocados na sociedade do espetáculo, que substitui ainda o ter pelo parecer (DEBORD 1997 [1967]). Segundo Azevedo: A cidade enquanto um sistema complexo regulado pela produção, pelas relações formalizadas de trabalho e de família, pelos valores de consumo impulsionados pelas mídias, pelas burocracias que às vezes impedem o fluxo das coisas, cria um universo de sociabilidades obrigatórias, cheia de funções, horários e distribuição de tarefas, de re

Caminhar pela cidade como intervenção de nós mesmos - "Cuiabá 300 sombrinhas" no contexto da Arte Contemporânea

Maria Regiane Barrozo regianemusique@gmail.com A pergunta: O que é arte contemporânea(?) pressionou de tal forma apenas uma fala com todo seu contexto argumentativo estético e até poético, que sofre hoje, do problema da interpretação alheia. Não o outro como alheio, mas o alheio de si mesmo. Alheísmo de nós mesmos quando não conseguimos responder profundamente a pergunta tão comumente diagnosticada nos dias atuais de nossa cultura já exposta às artes de rua e nas ruas: O que são as artes contemporâneas(?). Essa determinação aqui escolhida, trazendo arte de/nas ruas como um estilo dentro do gênero arte contemporânea, não limita o caráter tão pouco sugere definições, se trata apenas de aproximação com o objeto proposto para essa escrita, dentro de uma arte que apresenta atividades no deslocamento do corpo por espaços na cidade e com a cidade. Retomando a primeira pergunta e ao nosso alheísmo, diante de tantas respostas intelectuais já dadas à questão, uma saída talv

A cidade como palco do caminhar

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Thaísa Soares Quando paramos para nos perguntar sobre a cidade em que moramos? Qual rua, viela, beco nos dá medo, boas lembranças, ou nos oferece uma bela paisagem? Como nela transitamos? veículos automotivos, bicicleta, caminhando? Que observações fazemos enquanto andamos? Observamos? Olhamos sem maiores intenções? Para muitos citadinos caminhar não é uma opção ao acordar e levar sua sombrinha e corpo ao trabalho. A captura de nossos saberes, tempo e corpos nos aliena da dimensão do sensível. Mas, seria possível caminhar na cidade como um ato estético? A cidade de Cuiabá completa 300 anos em 2019, e um grupo de artistas de diversas áreas de atuação propuseram para esta data o passeio “Cuiabá 300 Sombrinhas”. A proposta deste texto é enfatizar o processo de preparação para esta ação estética, como a escolha do trajeto, convite a artistas da cidade, entre outros aspectos envolvidos na organização prévia ao evento. A cidade: palco do caminhar como experiência estética

Caminhar como pausa

Natália Apolinário O caminhar pode se classificar como prática estética, resistência política, errância, escape, foi o ato pelo qual o ser humano começou a se movimentar na construção da história entre os povos nômades, é o meio que provoca movimentos, mutações, inconstâncias dentro das cidades. Tece a poética urbana através da releitura de espaços, mais profundo ainda, da interpretação do subjetivo no contexto da cidade. Atualmente, no fluxo e na ausência de tempo que a contemporaneidade exige dessa sociedade de consumo, dessa geração globalizada em termos de rede, mas encaixotada no quesito convivência e troca, caminhar se torna um protesto, um ir-contra-o-fluxo, um estar inteiro ao momento presente, um paradoxo (é uma pausa advinda de um movimento consciente). Entretanto, principalmente, é uma meditação de si mesmo em comunhão com o entorno, com a paisagem, com a realidade.  Le Brethon mencionou em seu livro que no ato de caminhar “Todo sentimento de duração se evapora: